Um dos objetivos da publicação é mostrar mais nomes de mulheres ao mercado jurídico nacional
A Análise Editorial começa o ano de 2021 com um novo projeto, baseado na ideia de fomentar a participação da mulher no mercado brasileiro de advocacia e trazer aos holofotes mais talentos femininos da área: o Análise Advocacia Mulher. Com mais de 1.100 representantes, o novo ranking segue quase todas as diretrizes do anuário Análise Advocacia 2020, com rankings por especialidades, setores econômicos e unidades federativas, além de classificar as integrantes das listas entre profissionais de escritórios full service (37%), abrangentes (34%) ou especializados (29%). Como a intenção é destacar somente as advogadas, a tradicional listagem de escritórios mais admirados foi substituída por uma tabela de bancas com o maior número de mulheres ranqueadas. Outra novidade é que, diferente dos outros produtos Análise, este novo ranking foi desenvolvido em formato totalmente digital e será lançado no estilo e-book.
Após 15 anos mapeando o mercado da advocacia no Brasil e trazendo os escritórios e advogados mais admirados – segundo a opinião de responsáveis pelos departamentos jurídicos e financeiros das maiores companhias brasileiras – a Análise Editorial pôde observar como o número de mulheres presentes nos rankings do Análise Advocacia evoluiu. Na primeira edição (2006), 113 profissionais foram eleitos como Mais Admirados e apenas 16 deles eram mulheres. Já na última, quase 2.400 advogados figuraram na publicação, com 592 mulheres entre eles. É interessante observar que o aumento não está apenas nas listagens do anuário: as mulheres já são maioria nas universidades, entre os associados das bancas e também nas equipes jurídicas corporativas das maiores empresas do Brasil. Esta releitura se mostra importante ao analisarmos que, mesmo em maioria nos campos previamente citados, as mulheres não possuem a representatividade proporcional nos rankings e nem nos quadros societários dos escritórios mais admirados, onde sete em cada dez sócios são homens.
Os dados do recorte
Apesar de seguir a mesma metodologia realizada para a produção do Análise Advocacia, os dados coletados para o novo ranking destacam algumas diferenças, que podem ser consultadas na seção de busca das advogadas mais admiradas. No anuário original, as áreas do Direito que mais concentram indicações dos executivos que contratam as bancas, historicamente, são Cível, Trabalhista e Tributário; no Análise Advocacia Mulher, a especialidade Contratos Empresariais ocupa o lugar da área tributária. Outros destaques são Previdenciário, que no Análise Advocacia aparecia com 15 profissionais e, no recorte, figura com quase 70, e Direito Digital, que teve a quantidade de nomes triplicada de uma publicação para outra.
No campo dos setores econômicos, a releitura traz 39 subdivisões, incluindo as áreas de Marítimo e Têxtil, Vestuário e Calçados, que não possuíam profissionais eleitas como Mais Admiradas no Análise Advocacia. Além disso, o setor de Comércio Exterior, que costuma eleger um número reduzido de advogados Mais Admirados, foi de uma profissional eleita na publicação tradicional para oito ranqueadas na nova listagem.
Por fim, o e-book mostra profissionais eleitas como Mais Admiradas em unidades federativas (UFs) que não apareceram no Análise Advocacia 2020, como Amazonas, Mato Grosso e Sergipe, ainda que com poucas menções. A hegemonia de São Paulo na concentração de advogadas listadas foi mantida, totalizando quase 200 nomes no ranking original e mais de 400 no novo.
Com diversos destaques em aspectos que antes não possuíam tanta expressão nas publicações anteriores, o Análise Advocacia Mulher é mais um dos muitos passos que precisamos dar na busca por equidade de gênero no Direito e na valorização da mulher e de seu trabalho na sociedade.
